A Cabana - um 'retiro' prá todo mundo!

Um pai deprimido, ressentido com Deus a quem culpa pela morte trágica e violenta de sua filha caçula, recebe um bilhetinho do próprio "Todo Poderoso" convidando para um encontro na cabana onde se passou a tragédia. Surpreendentemente Deus Pai é uma simpática cozinheira gorda e negra, Jesus um jovem e bem humorado carpinteiro e o Espírito Santo uma enigmática oriental. Que maravilha!!!


Leia aqui um trecho do livro.

Uma confluência de caminhos
Duas estradas se bifurcaram no meio da minha vida,

Ouvi um sábio dizer.Peguei a estrada menos usada.

E isso fez toda a diferença cada noite e cada dia.
Larry Norman (pedindo desculpas a Robert Frost)

***

Willian P. Young

"Resolvi escrever um romance porque a arte e a ficção se comunicam mais diretamente com a alma das pessoas", afirma Young, de 53 anos. Tem razão. Dizer abstratamente que Deus é amor convence menos do que apresentá-lo assando uma torta para um pai desesperado. Young conta que escreveu A Cabana em um período de sua vida em que ele mesmo precisava de consolo – havia perdido um irmão e uma sobrinha de 5 anos. O livro também valeu para acertar certos conflitos da infância. Missionários evangélicos, os pais de Young o arrastaram, ainda menino, para Papua-Nova Guiné, um deslocamento traumático para ele – que sofreria abuso sexual na tribo em que seus pais pregavam. "Em muitos sentidos, Mack sou eu", afirma. Com sua apologia de uma relação direta com Deus, A Cabana vai na linha oposta à religião dos pais do autor. "Minha mãe até achou o livro meio herético", diz Young.

(Jerônimo Teixeira - Revista Veja)

A Cabana -tradução de Alves Calado; Sextante; 240 páginas; 24,90 reais (no maximo)