Meu pai voltando do Tibete
Pessoal
Como alguns de vocês já sabem, cheguei de Lhasa ontem à noite, cansado à beça, mas em forma. Estou reaprendendo a respirar sem tubo de oxigênio pendurado no nariz, como estive obrigado a fazer durante todo o tempo passado no quarto do hotel em Lhasa. Aliviava, mas não resolvia. No resto do dia, eu tinha de me contentar com o oxigênio da atmosfera rarefeita e seca. Oxigênio o qual, além de pouco, vem misturado com a poluição do tráfego (sim, Lhasa está altamente motorizada). Mas o maior sufoco (literal) é o do interior dos templos, superlotados, sem janelas nem sistema de exaustão, o pouco oxigênio consumido por incontáveis lamparinas alimentadas a manteiga de iaque derretida. Acrescentem a isso a fumaça de incenso e tentem imaginar a nauseada aflição de meu nariz, dos pulmões, e do coração que tentava compensar com aceleração o baixo suprimento de oxigênio chegado ao cérebro e outros órgãos. Como já concluí, a melhor época para alguém visitar o Tibete é antes dos 76 anos...
Ei, ainda não é hora de começar a reportagem. Antes, preciso embarcar de volta. Terça-feira, porque o pessoal da Folha não conseguiu passagem para data anterior. O último compromisso do programa que me prepararam é um jantar amanhã com o vice-ministro do Depto. de Informação do Conselho de Estado.
No Brasil, antes mesmo de me reaparafusar, começarei a organizar o material: meio metro cúbico de livros (a maioria em tibetano, mas com tradução em chinês para facilitar à Sofia...), prospectos, vídeos, umas 200-300 fotos, gravações de entrevistas, anotações etc. Depois, de briefing e discussão do aproveitamento disso tudo com o estado-maior dos editores da Folha, para só então começar a escrever.
Enquanto encurta a espera de rever vocês -- curioso - a saudade aumenta.
2 Comentários:
É esse o teu pai ??? Nooooossaaa !! que importante... quero saber mais !
bjussssss
Teu pai voltou.
Isso é bom.
E a senhora voltou também.
A quanto tempo?
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